
Tem dias que nascem, não sei por qual motivo, para serem especiais. Isso será um texto um tanto quanto pessoal, porém são relatos tão singulares que não poderia deixar de escrevê-los.
Como toda boa pessoa metódica acordo e faço sempre as mesmas coisas na mesma ordem. Hoje porém foi diferente. Comi antes de colocar minhas lentes de contato, por exemplo. Fui a pé para a faculdade. Ao invés de entrar na sala fiquei sentada nas escadas e por aí vai.
O mais interessante foi que resolvi almoçar com três colegas meus da sala e durante o percurso da Marechal Deodoro até a Sete de Setembro, onde almoçaríamos, tanto na ida, quanto na volta, cenas que não acontecem todo dia nos fez dizer: A gente vive e não vê tudo.
Quase ao lado do Sesc Centro um homem negro, com cabelos negros, porém com mechas brancas, andava de bicicleta. Atrás da sua bicicleta empilhava muitas coisas, dentre elas, lá no topo, uma almofada preta com um gato preto de verdade. O gato usava uma corrente com um pingente. Uma estrela de cinco pontas.
Logo mais na Visconde de Guarapuava meia pista bloqueada. Carros do corpo de bombeiros, policia e uma multidão ao redor de algo. Não era acidente, pois não havia carros batidos. Um dos meus amigos, mais entusiasmado com o furdunço, ouviu uma história de que uma mulher estava dentro do bueiro e que tinha parado lá porque brigou com o namorado e foi jogada por ele. Certo. Tomamos fôlego e pensamos: como diabos o cara botou ela ali dentro? Abriu o bueiro, ela ficou olhando, bela e formosa, e depois ele...ops...jogou!
Fomos almoçar porque a coisa parecia demorar ainda. Almoçamos pasteis, pois a pressa era enorme, tanto para ver o resultado da coisa e tentar descobrir algo de mais real, quanto porque eu tinha aula de inglês. Passando pela Visconde de Guarapuava, novamente, a multidão aumentou, alunos sairam de suas aulas e foram assistir aquela cena. Pelo visto todos tinham seus palpites para o caso da mulher na valeta. Agora a imprensa já havia chegado ao local. Mas creio que fomos uns dos primeiro a tirar foto – que espero poder posta-las assim que minha amiga mandá-las.
Por volta das 13:00 a mulher foi retirada e levada pela ambulância. Nós, como toda a multidão, rumamos para nossa vida normal. Passando perto do Sesc Centro novamente um negocinho estava no chão. Olha um rato morto, clamava feliz meu amigo, vamos colocar na mochila. Uns vinte passos para frente. Olha, um cocô humano, disse eu. Ah Sheila que nojo, você parece aquelas crianças que fer cocô pela primeira vez. A minha intenção, na verdade, era puramente revelar esse lado obscuro de Curitiba.
Ah! A mulher foi jogada no Rio Belém por três homens que estava atrás de seu amigo, que fugiu. Ela se arrastou pelas galerias nojentas – cheias de ratos vivos, mortos e cocôs – até chegar naquele bueiro. Avistaram os dedos da moça saindo e chamara o corpo de bombeiros.
Tem algo de legal no dia de hoje. Rendeu ombros vermelhos, crianças, não andem no sol do meio dia, rendeu comentários como: não irrite seu namorado pois ele pode te jogar pela valeta. Rendeu duas bolhas também. Acabei o dia com alguns saldos positivos como ganhar “O fabuloso destino de Amélie Poulain”, comer cookies e sorvete e ver “Escrito nas Estrelas”.
Tem que ter alguma ligação entre bueiro, ratos, cocô, uma menina que quer fazer o bem, comida gostosa, e acreditar que existe o grande mapa do destino, mas precisamos ir atrás dele. Ou talvez eu só tenha tido um dia hiperativo e intenso, como quase todos na minha vida.
3 comentários:
Fuinha !!!! viu no que dar sair pra aprontar pra gi!!!! coisas estranhas !!!! hahahaha não sabia que eu sou bruxa hahahahahahaha!!!!! coisa de loko esse dia heim! beijo
Coisa de louco?! Foi coisa do capeta, isso sim!
Ano que vem pensarei duas vezes antes de sair com a galera comprar presente pra você!
Esse dia eu já conhecia!
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