segunda-feira, 28 de julho de 2008

A primavera chegou enfim!


350 figurinos, 10 cenários, orquestra e três horas de duração. Mais legal que isso só o Rodrigo Santoro e o Jim Carrey em "I love you Philip Morris” fazendo um casal gay.
Do que eu estou falando?
Miguel Falabella, Vladimir Brichta, Juliana Paes, “Primavera para Hitler” e um diretor horrível. Os Produtores.
O espetáculo foi surpreendentemente iluminado com características brasileiras, adaptadas por Miguel Falabella, que como personagem, segue a linha Caco Antibes: piadas fáceis, palavrões, (até a torcida coxa branca foi chamada), mas conquista a platéia com seus mesmos trejeitos.
A cena primorosa do “dinamarquês” se passa quando seu personagem, Max Bialystock, está preso. Falabella repassa o musical todo nesse momento. Quando chega a parte que corresponde ao intervalo entre o ato I e o ato II é feita uma cena que poderia acontecer na platéia. Uma senhora de Campo Largo conversando com uma tal de Yolanda. “Nossa, o Falabella tá inteiro para idade, né Yolanda? Até consegue andar!”.
Simplesmente impagável o ataque histérico de Vladimir Brichta como Leo Bloom. O ator não teve coreografias espetaculares, assim como o espetáculo inteiro, arranhou legal na música, assim como os outros atores, mas teve destaque com os trejeitos corporais de Bloom.
Existem ainda várias cenas do musical que levam a platéia a imensas gargalhadas. Roger de Bris e Carmen Ghia, dois gays luxuosos, vividos por Sandro Christopher, cantor de ópera e Mauricio Xavier, veterano em musicais, promovem risos com seus pacinhos eletrizantes e seus “pitis”.
Agora, o que são as pombas de Franz Liebkind? Edgar Bustamante dançando com as pombinhas mecânicas e depois fazendo Bialystock e Bloom entrarem no Haben Sie Gehört das Deutsche Band é hilário.
Juliana Paes me surpreendeu. A atriz que costumeiramente faz comercial de cerveja foi lançada a prova para dançar, cantar, fazer graça, com peruca loira e sotaque sueco.
Houve coreografias interessantes, como a do Paraíso das Velhotas. Quando todas as bailarinas entram vestidas de velhas e com cadeirinhas, a batida dos sapatos e do metal provoca um som muito legal e um movimento no espetáculo. Os contadores que trabalhavam com Bloom, cada um em seu cubículo, alavancam uma surpresa quando saem de dentro de arquivos do cenário dançarinas para alegrar Bloom.
Os Produtores é uma grande produção. Com ar americano sim, mas com o jeitinho brasileiro.

2 comentários:

Unknown disse...

Só faltou a cena do "my Führer não falava baby" o/

Rodolfo Stancki disse...

A primavera se foi e o sonho acabou...