
Apesar das mães continuarem querendo que suas filhas entrem em academias de ballet clássico, usem tutus (aquele vestido de bailarina), plumas e paetês, muito pouco se conhece sobre o ballet clássico. Se você pergunta para as pessoas o que elas sabem sobre bailarinas surgem respostas do género:
-Tem que ficar na pontinha do pé assim. (E normalmente elas o fazem e ainda por cima giram!).
-Usa o vestidinho com a saia arrebitada.
-Pliê, pliê. Nunseiquê.
-Eu fiz quando era pequena, lembro de bater borboleta.
-Tem que ficar na pontinha do pé assim. (E normalmente elas o fazem e ainda por cima giram!).
-Usa o vestidinho com a saia arrebitada.
-Pliê, pliê. Nunseiquê.
-Eu fiz quando era pequena, lembro de bater borboleta.
Enfim, nada de muito construtivo. E se você busca algo sobre ballet pelos jornais também não é muito atendido (tirando a tentativa de bailarina que vomitava na novela). Certo que o ballet é uma formação prática, mas saber o que acontece no dia-a-dia da bailarina ajudaria milhares de menininhas indefesas que são arremessadas, pelas mães e afins, dentro de academias e companhias de ballet desejando, como num passe de mágicas, que com alguns pliés e demi pliés, vestindo um tutu (sim, porque tutus são como a roupa do Batman e tem o poder de transformar quem a veste), a linda bonequinha surge no palco na pontinha dos pés. Não. Não é bem assim.
A menina quando começa o ballet aprende que o corpo dela deve ter outra postura. Seus músculos, flexibilidade, equilíbrio e coordenação começam a serem trabalhados. Ela terá uma reeducação levada para o en dehors (algo como “andeor”, para fora), seus pés e pernas devem estar rotados para fora durante os movimentos, por isso algumas bailarinas são facilmente identificadas por um jeito meio “pinguim” de andar. Sua postura sempre ereta provocando um efeito “pescoço de girafa”, e outras mudanças corporais, como o famosos “pé de bailarina”, que não é nenhum bicho feio, apenas forma um calo ósseo de tanto forçar o colo do pé.
Bom, desde 1661 as coisas foram facilitadas. Não são mais usados vestidos longos ou sapatos de salto, porém foram criadas várias coisas tão torturantes e incomodas quanto, como sapatilhas de ponta. As primeiras lições do ballet são feitas com sapatilhas de meia ponta, essas molinhas. Depois que a musculatura está bem treinada para suportar o peso do corpo na ponta dos pés e meta tarso, depois que a panturrilha está gigantesca e seu equilíbrio é satisfatório – além claro de condições do físico da pessoa, como o colo de pé – parte-se para a sapatilha de ponta. Ela tem a sola dura, a ponta dura de gesso e dói. Essa dor é amortecida um pouco por ponteiras de espuma ou silicone, aliás, bendito quem criou as ponteiras de silicone.
Não posso comparar o treinamento militar ou a rotina de um convento com a vida da bailarina, porém tem pontos em comum. Disciplina, horários, auto-cobrança, perfeição, ensaios (o que provoca um certo distanciamento da vida terráquia), neurose com alimentação, muitas dores musculares, quebras de unhas, calos, sangue, e o mais legal de tudo é que você precisa aguentar a dor para continuar o ensaio, ou simplesmente passa uma pomadinha para amortecer e lá vamos nós. A tortura ainda depende de onde você estuda, se o profissional segue a linha francesa, inglesa, cubana, russa.
Mesmo que eu escreva e escreva não tem como explicar 10 anos de ensaios diários, livros, espetáculos e viagens. Não estou de modo algum desencorajando alguém que queria fazer ballet, mas saber em que buraco a gente está se metendo é bom. Ballet é maravilhoso, principalmente quando o som da música termina e o dos aplausos começa.
-Ah, ô, eu sei ficar assim na pontinha do pé. Olha que coisa ridícula, até minha vó bêbada faz isso.
Ah, faz, ô se faz!
Bom, desde 1661 as coisas foram facilitadas. Não são mais usados vestidos longos ou sapatos de salto, porém foram criadas várias coisas tão torturantes e incomodas quanto, como sapatilhas de ponta. As primeiras lições do ballet são feitas com sapatilhas de meia ponta, essas molinhas. Depois que a musculatura está bem treinada para suportar o peso do corpo na ponta dos pés e meta tarso, depois que a panturrilha está gigantesca e seu equilíbrio é satisfatório – além claro de condições do físico da pessoa, como o colo de pé – parte-se para a sapatilha de ponta. Ela tem a sola dura, a ponta dura de gesso e dói. Essa dor é amortecida um pouco por ponteiras de espuma ou silicone, aliás, bendito quem criou as ponteiras de silicone.
Não posso comparar o treinamento militar ou a rotina de um convento com a vida da bailarina, porém tem pontos em comum. Disciplina, horários, auto-cobrança, perfeição, ensaios (o que provoca um certo distanciamento da vida terráquia), neurose com alimentação, muitas dores musculares, quebras de unhas, calos, sangue, e o mais legal de tudo é que você precisa aguentar a dor para continuar o ensaio, ou simplesmente passa uma pomadinha para amortecer e lá vamos nós. A tortura ainda depende de onde você estuda, se o profissional segue a linha francesa, inglesa, cubana, russa.
Mesmo que eu escreva e escreva não tem como explicar 10 anos de ensaios diários, livros, espetáculos e viagens. Não estou de modo algum desencorajando alguém que queria fazer ballet, mas saber em que buraco a gente está se metendo é bom. Ballet é maravilhoso, principalmente quando o som da música termina e o dos aplausos começa.
-Ah, ô, eu sei ficar assim na pontinha do pé. Olha que coisa ridícula, até minha vó bêbada faz isso.
Ah, faz, ô se faz!
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Bom Festival de Joinville a todos que participarão ou irão assistir!
13 comentários:
Uns lutam pelo reconhecimento do horror como uma categoria digna... Outros pela ampliação (e até digo respeito) do balet...
Pliê!
Pliê!
Bjos!
Pq eu tenho que digitar esses códigos tontos para postar no seu blog?
(te amo!)
Pois sabe o ballet tem que ter seu valor reconhecido. Ah, acham que ballet é pra frutinha! Tem que ser muito macha, isso sim!
Pelo menos, eu acho, que você não acha que ballet é só plié plié.
=D
Que casal hein. O horror e o ballet devem ter sua verdadeira face jogada ao mundo!
(Amo você também)
A maioria das pessoas não conhecem o ballet, no máximo acham uma arte bonita. Adorei o seu texto xD
Eu faço ballet desde os 7 anos.Agora eu estou com 14 e acabei de comprar a minha primeira ponta, eu me esforcei muito para estar preparada para calçá-la, mas as minhas colegas de turma retardaram a realização desse meu sonho
O seu texto fala mesmo sobre o que realmente é o ballet, parabéns.
eu faço ballet desde os 6 anos vai fazer 10 qanos que eu façoo.. mas quando eu entrei no ballet o que me contagiou mesmo foi a sapatilha de pontaa... eu falava que ja queria ir pra sapatilha de ponta.. sendo que eu ainda nem sabia escalar...na minha sala tinha uma menina que tinha feito 5 anos de ballet e eu tinha acabado de entrar... 10 meses se passaram e eu la abrindo as pernas... enquanto aquela menina que fazia 5 anos de ballet nada aindaa... por isso que eu falo... so agente querer quea gente consegue primeiro do que aquelas que começaram ante de nós... por isso BALLET é td de bon...
eu faço ballet vai fazer 10 anos agora eu tow com 17 anos... primeiro quando eu entrei no ballet, minhas amigas que não faziam achava que era coisa de patricinha, que era besteira ballet,mas elas falavam isso pq não faziam, agora quando elas falam isso eu não tou nem ai... gente 10 anos de ballet. Ballet é minha paixão... primeiramente um ser humano não pode ficar sem comida e líquidoo, ja uma bailarina nescessita de uma postura exemplar e uma ponta ben bonitaa,sempre quando ouvir alguem falar que ballet é uma besteira vcs falem :
- ballet não é besteira, é uma paixão , uma arte, onde possui magia...e essa magia foi a que me contagiou a fazer...
tambem so lembrar ballet não é esporté, como eu disse é uma paixão.
por isso digoo EU AMOO BALLET
eu apssei 10 anos aguentando dor, perns doendo, unha quebrada, mal jeito no pé, dores fortissimas, mas eu não deixei o ballet por nada, pq ballet é uma das coisas que eu nescessito
Parabéns disse td q uma bailaria passa para ser aplaudia e o ballet ser realmente reconhecido!...
pois é eu sei oq uma bailarina passa,eu estaria disposta para passar por td isso seria até uma maravilha passar por esses sofrimentos seria um premiu e depois o aplausos!
mes as condições ñ facilita então fica apenas no sonho de ser realmente uma bailarina!
♥um sonho q se DEUS quizer um dia eu vou realizar♥
ai que perfeito esta redação que vc escreveu...eh verdade ballet nao eh nada facil..rsrs..minha prima começou e parou,,pena,!! quando ela me dise fique louca para fazer mais antes resolvi pesquisar,,quando eu via os videos no you tube,ficava encantada,mais vi tambem que sofrimento.Muiots nao vêem o sofrimento massacrante das garotas(os). adorei,, PERfec'T. bssos, Priscila
Olá, gostei do seu blog. ADD ao meu tá?...................beijos
adoro pessoas q são claras e objetivas como vc ... afinal é fundame4ntal saber em q buraco estamos entrando...! vlw ....
hahah adorei seu texto ainda bem q meninos nao preisam ficar na ponta :D fiquei curioso pela sua vó rs ela bebe mesmo??
Gostei muito, mas queria uns exercicios para que eu faça em casa para eu conseguir ficar no elevé e no en dehors ao mesmo tempo, no chão eu fico certa no en dehors, mas quando eu subo na meia ponta eu fico en dedans.
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